terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Litoral da Beira Mar virou depósito de peixe morto?

“O aposentado José Mota, 48, tomou um susto na manhã de ontem. Enquanto caminhava pela avenida Beira Mar notou alguns peixes mortos na areia. Ao passear pelo espigão da avenida Rui Barbosa, olhou para a água e viu uma quantidade ainda maior. “Nunca vi isso acontecer antes”, diz. Os peixes, segundo os frequentadores, apareceram mortos no último domingo, próximo às pedras do espigão.

Na manhã de ontem, os animais ainda boiavam na água, misturados aos sacos plásticos, às tampinhas de garrafa, às embalagens descartáveis e ao mau cheiro. Surpreso, seu Mota, que é pescador nas horas vagas, arriscou uma explicação. Para ele, a pesca foi o que causou a mortandade. “Os peixes vieram na rede e não interessaram. Aí foram jogados mortos no mar. Não acredito que seja poluição”.


O professor de Ecologia Animal, Tito Lotufo, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), não descartou poluição. Mas ponderou. “A influência da poluição nas águas marinhas torna-se mais difícil. Os peixes têm mobilidade e podem fugir, o que não ocorre em um lago”. Para ele, outra hipótese é que os peixes mortos tenham sido descartados pela pesca.



O descarte, segundo ele, pode ter sido feito por pescadores que comercializam no Mercado dos Peixes. “Como os espigões alteram o padrão de circulação, eles concentram lixo e qualquer material que fique boiando. Os peixes devem ter vindo de descartes na área do Mucuripe ou em outra localidade dentro da enseada”. Como o professor não examinou os animais, apenas viu por fotos, não foi possível definir a espécie.



Monitoramento



Procurada pelo O POVO, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam) enviou, na tarde de ontem, fiscais para verificar os animais mortos. Marcos André Arraes, da equipe de Controle Ambiental, informou que os peixes não foram mais encontrados. “Acredito que o movimento da maré tenha levado os peixes para outro local”. Mesmo assim, o órgão comprometeu-se a monitorar o lugar esta semana.



“Vamos ver se conseguimos identificar algum problema que tenha causado a morte dos peixes”. Arraes ressaltou ainda que está sendo desenvolvido um trabalho de despoluição da orla. Já a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) comprometeu-se a coletar a água para saber qual o índice de poluição do local.”



(O POVO)

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