sexta-feira, 25 de novembro de 2011

75% das mortes envolvem ciclistas e pedestres

Alunos da Escola Vila fizeram manifestação ontem na BR-116 (FOTO: GABRIEL GONÇALVES)Alunos da Escola Vila fizeram manifestação ontem na BR-116 (FOTO: GABRIEL GONÇALVES)
Faixa na mão e grito forte. Junto a outros colegas da escola, Paula Teixeira, de 14 anos, reivindica melhores condições na BR 116. O que é contado nos jornais e na televisão, ela diz, tem chamado a atenção em casa e na escola. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de janeiro a setembro de 2011, ocorreram 863 acidentes nos 50 primeiros quilômetros da rodovia.

“As pessoas dirigem como se só elas existissem, mas todos têm de colaborar”, avalia Paula. A garota é estudante da Escola Vila, que organizou um abaixo-assinado com os alunos para pedir, no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mais segurança na via. Das mais de duas mil assinaturas colhidas para o movimento, Paula trouxe mais de 40. “Tem muita gente que quer ajudar”.



Ciclistas e pedestres são as principais vítimas na rodovia, correspondendo ao índice de 75% do total de mortes. Entre as reivindicações dos jovens, está a implantação de mais passarelas para atravessar a via. Devido ao pequeno número no trecho que compreende a área urbana da via, as pessoas são obrigadas a atravessar a pista pelo asfalto, em meio aos carros e motos. Este ano, 67 atropelamentos causaram 22 mortes até setembro.

Os ciclistas também sofrem com o problema, que é agravado pela falta de ciclovias em boas condições. Segundo a PRF, 11 mortes foram provocadas em 21 colisões com bicicletas. Os 15 primeiros quilômetros da rodovia são os que concentram o maior número de acidentes envolvendo pedestres e ciclistas. Foram contabilizadas 55 atropelamentos e 10 acidentes envolvendo bicicletas até setembro deste ano.

“Isso é um exercício de cidadania. Se todos tivéssemos sido educados para reivindicar nossos direitos, a situação não estaria assim”, afirma Fátima Limaverde, diretora da escola. Segundo ela, a iniciativa do movimento partiu dos próprios alunos.

O objetivo da manifestação é que mais passarelas e ciclovias sejam construídas ao longo do trecho urbano da rodovia. Procurado pelo O POVO, o superintendente do Dnit no Ceará, José Abner de Oliveira Filho, não se manifestou para explicar se há projetos que atendam à solicitação.


ENTENDA A NOTÍCIA
Dos mais de 800 acidentes registrados até setembro deste ano, 388 registraram feridos e 44, mortos. Em busca de melhorias, a Escola Vila organizou um abaixo-assinado para a construção de mais passarelas e ciclovias.
Mariana Freire
O POVO

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