sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CGU rejeitou plano que elevou obra de MT em R$ 700 mi



Operada de maneira fraudulenta no Ministério das Cidades, conforme revelou ontem o jornal O Estado de S. Paulo, a mudança do projeto de mobilidade urbana de Mato Grosso para implantar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) foi questionada pela Controladoria-Geral da União em relatório datado de 8 de setembro deste ano, mesmo dia em que a pasta produziu uma nota técnica forjada para respaldar a proposta.
A CGU alerta que o VLT não deve ficar pronto até a Copa do Mundo de 2014 e que o governo de Mato Grosso omitiu informações sobre os gastos com a obra do VLT, orçada em pelo menos R$ 1,2 bilhão, R$ 700 milhões a mais do que a proposta original, um linha rápida de ônibus (BRT). A controladoria avalia ainda que a troca do BRT pelo VLT é "intempestiva".
A análise da CGU tem pontos coincidentes com a primeira nota técnica do ministério que era contrária ao VLT, mas que foi adulterada pela equipe do ministro, Mário Negromonte, para favorecer o projeto de interesse do governador de Mato Grosso, Sinval Barbosa (PMDB), em Cuiabá. Um estudo incluído no relatório da CGU mostra também que o VLT de Cuiabá pode ser um dos mais caros do mundo, superando obras iguais na França e nos Estados Unidos.

A análise da CGU - relatório de número 2344 - foi feita a pedido do Ministério das Cidades e consta do processo da pasta que culminou na mudança do projeto de Cuiabá, cidade sede da Copa, por meio de um documento forjado pelo chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto, e pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna. Ou seja, o ministério deu aval a uma obra na qual o órgão de controle do governo federal apontou sérios problemas de avaliação, planejamento, preço e execução.

Alterações
No papel de porta-voz do ministro Mário Negromonte, a diretora Luiza Vianna anunciou a abertura de uma sindicância, não para apurar a fraude na aprovação do modelo de transporte público de Cuiabá, mas para identificar como a nota técnica original, contrária ao projeto, foi parar no processo. O problema é que a assinatura da própria Luiza aparece com a expressão "de acordo" no verso desta nota. "De jeito nenhum houve fraude", disse durante entrevista à imprensa.

Segunda ela, a nota técnica original, que vetava a troca do BRT pelo VLT, foi apenas "revisada porque continha vícios de linguagem e de opinião pessoal". A diretora apontou o analista técnico Higor Guerra como o responsável por quaisquer irregularidades no documento. Escorada no discurso de que a mudança foi pedida pelo governo de MT, disse que "estudos técnicos" embasaram a decisão. Ela culpou o analista técnico Higor Guerra pelo teor do conteúdo do parecer que, posteriormente, foi alterado para justificar a troca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Agência Estado

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