Vitor Hugo fala sobre o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência NegraHoje, 20 de Novembro, “comemora-se” o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Todavia, 123 anos após a promulgação da Lei Áurea, a população afro-brasileira, sobretudo a população jovem, continua a vivenciar situações de exclusão e discriminação, sejam estas de caráter racial ou social, visto que estão mais expostas a situações de pobreza.
Segundo o Relatório “Juventude Afrodescendente na América Latina: realidades diversas e direitos (des)cumpridos” (original em espanhol) publicado pela UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas) e apresentado na última sexta feira, 18 de Novembro, em Salvador/BA, a America Latina possui uma população de 24 milhões de jovens afrodescendentes. Destes, 22 milhões são brasileiros, o que evidencia a importância do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para este segmento da população.
Dentre os inúmeros dados que o relatório expõe, destaca-se a maior ocorrência de maternidade precoce entre jovens negras, associado ao menor acesso à educação. Segundo a publicação, no Brasil a proporção de estudantes afrodescendentes, de 20 a 29 anos, matriculados em instituições de ensino superior é cinco vezes menor do que em países mais desenvolvidos.
Que o dia 20 de Novembro, ao homenagear um importante personagem da historia brasileira, responsável pela resistência, no período colonial, ao modelo escravocrata e seus malefícios, também motive a sociedade a refletir sobre a situação da população afro-brasileira e sobre a necessidade da aplicação efetiva da Lei 12.288/2010, Estatuto da Igualdade Racial, objetivando a elaboração de propostas de ação que busquem a supressão das iniqüidades raciais e a inserção socioeconômica destes jovens que, ainda hoje, sofrem as conseqüências de “500 anos de discriminação racial”.
Vitor Hugo Pontes Butrago
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