domingo, 16 de outubro de 2011

Líderes da oposição pedem o afastamento de ministro

Líderes de oposição defenderam hoje o afastamento imediato do ministro do Esporte, Orlando Silva, e anunciaram que vão entrar com pedido de investigação na Procuradoria Geral da República (PGR), depois da denúncia de um suposto esquema de desvio de dinheiro do principal programa da pasta, o Segundo Tempo, beneficiando diretamente o ministro.


"O Ministério do Esporte está à frente das obras e preparativos para a Copa e as Olimpíadas e isso envolve a administração de bilhões de reais. O ministro não pode estar sob suspeição, acusado de montar esquemas de corrupção", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Em fevereiro, o PSDB já havia entrado com representação na PGR solicitando análise sobre convênios do programa. Os tucanos também vão pedir apuração pela Controladoria Geral da União (CGU) e Polícia Federal.


O líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) também reagiu. "O governo não deve ser ponte para beneficiar agentes públicos ou partidos. O PC do B, de acordo com o seu próprio militante, transformou o Ministério do Esporte em um espaço para arrecadar e fazer caixa dois de campanha. E quem se tornou o grande operador disso tudo foi o próprio Orlando Silva", afirmou ACM Neto.


O líder do PPS na Câmara e secretário-geral do partido, Rubens Bueno (PR), informou que o partido formalizará um pedido de investigação na procuradoria na segunda-feira à tarde. "As revelações são estarrecedoras, o que exige do Ministério Público rápida e aprofundada investigação de toda essa sujeira, que cobre de lama o governo Dilma", disse Bueno. O líder também vai pedir que o ex-ministro do Esporte e governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também citado na reportagem da revista Veja como um dos beneficiários do suposto esquema de desvio de dinheiro, apresente explicações.

O líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), defendeu rigor e cautela. Ele considera que Orlando Silva deve ser o maior interessado em explicar e provar que as declarações do ex-parceiro não tem fundamento. "O ministro também deve explicar por que, chantageado, como afirma, não tomou medida preventiva junto ao Ministério Público ou à polícia", disse.

Anúncio de processo.


O ministro afirmou que já pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a abertura de um inquérito na Polícia Federal (PF) e garantiu que irá processar por calúnia os denunciantes entrevistados pela revista Veja.

"Felizmente no Brasil existe lei e o ônus da prova é de quem acusa. E não há nenhuma prova. E não há hipótese de haver prova, porque não há realidade nisso (na denúncia). Desafio os personagens dessa trama farsesca a apresentar alguma prova."


Orlando Silva também relatou conversa com a presidente Dilma Rousseff. "Falei com a presidenta Dilma hoje. Fui procurá-la para informar que tive notícia da reportagem que estava sendo feito e mostrei a ela nossos controles, para transmitir segurança. Foi uma conversa muito direta. Estou em missão fora do meu país e ela pediu para que eu continuasse com a minha agenda."


O ministro dos Esportes, Orlando Silva, está na cidade de Guadalajara (México) acompanhando o primeiro dia dos Jogos pan-americanos.

Agência Estado

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